12.29.2007

céus, que bagunça. que bagunça enorme.
eu não sei por onde começar a arrumar;
tudo é como um imenso sótão,
coelhos saltando por todos os lados,
gaiolas abertas (oh: e todos os pássaros fugiram),
a poeira se acumulando nos cantos,
adquirindo vida, conversando com o velho piano
(que ainda não se recuperou
da fuga da captain lydia, pobre piano).

seria mais fácil com um martelo.
eu poderia destruir tudo e me livrar de tudo e
ter um sotão vazio e limpo e amplo,
onde eu poderia me deitar sobre a madeira
e observar os cupins perdendo suas asas.
então, eu não teria mais nada a perder,
acho que não existe nenhuma sensação melhor;
e eu sorriria entre os pedaços do que se foi.

mas eu só usaria um martelo como solução última
e, além do que -- martelos são para preguiçosos,
e eu sou prendada como uma formiga.

(certo, certo.)

seja como for. o melhor a fazer agora é
acender um cigarro, respirar fundo,
olhar pela última vez o caos que eu me tornei.
será uma longa-longuíssima faxina.

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