12.13.2007

mas divertido mesmo seria, se por
sucção de um aspirador de pó metafórico, gigantesco,
as pessoas pudessem desaparecer, e em duplas.
então eu diria, oi, olá,
gostaria de desaparecer comigo?
e é claro que não seria algo estúpido como algo que ela diria,
óbvio que não, seria absolutamente adorável.
e ele daria de ombros e diria, ah, claro,
não estou fazendo nada, mesmo.

(ah, sim, e é claro que eu seria a única pessoa
com acesso ao aspirador metafórico,
certamente que sim, afinal, eu o inventei.)

então nós desapareceríamos
(como o brilho efêmero de um vagalume)
e todos se perguntariam de quem foi a culpa,
e oh, eles eram tão jovens, tinham a vida toda pela frente.
e eles culpariam os anjos e os demônios
e tudo o que há de intermediário entre eles,
e nunca chegariam a conclusão nenhuma.

e, em algum lugar amplo e triste,
nós estaríamos flutuando, mais leves do que o ar,
entre florescências de nicotina e peixes lilás,
em um oceano de do-ré-mi-fás.

Archives du blog